Passar uma tarde agradável ao prazer de um leitura é o Hobbies de muitas pessoas, embora os brasileiros não são muito afáveis as leituras assíduas e cotidianas. Países desenvolvidos registram índices elevados de leitores convictos, que passam boa parte de suas horas livres entretidos com algum livro clássico ou mesmo uma leitura divertida afim de passar o tempo e enriquecerem seu vocabulário.
Nós só aprendemos a língua que falamos se lemos e quem lê bem, fala-se bem, não há dúvida. a leitura de um bom livro nos direciona para realidades distintas, fazendo nossa imaginação viajar, num encontro de prazer e descoberta de algo novo, um aprendizado para toda a vida. Alguns leitores alegam que ler é ultrapassar as barreiras da imaginação e declinar num universo metafísico, nonsense, como é o caso do livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.
Há quem prefira livros com um toque de romantismo e há outros que preferem dramas, filosofias, guerras e mitologia clássica. Há livros para todos os gostos e gêneros. Contudo, as obras da escritora Zíbia Gasparetto é uma delícia a parte, no que afere ao espiritismo e uma mistura de romance e suspense, deixando o leitor preso a cada capítulo, semelhante a uma novela mexicana.
O Matuto
Ente tantas obras da escritora, o Matuto é talvez um romance espírita encantador e com um contexto simplório que nos faz invadir uma sintonia de paz e superação de nossos limites. a capacidade de um jovem, criado no meio do mato no início do século XX e acaba por descobrir que é herdeiro de uma fortuna deixada pela mãe. O jovem matuto, iletrado e caipira é o único herdeiro legítimo. assim como nada na vida é um conto de fadas, imediatamente a ganância de um tio paterno do rapaz tenta a todo custo desvencilhar o jovem a conquistar sua riqueza.
Os fatos desencadeiam uma trama que envolve sentimentos, o passado e uma pincelada de espiritismo e audácia. Um jovem que nunca havia conhecido a civilização se depara com um problema e ser enfrentado, que é proteger sua fortuna, além dos objetos de sua falecida mãe, bem como a moral e a dignidade da falecida, que tanto é criticada aos olhos da alta sociedade paulistana do início do século XX.
Enfim, a obra da escritora nos leva a conhecer os delírios de uma mente desequilibrada por dinheiro, como é o caso do suposto usurpador, que se encontra diante da miséria e a fortuna do jovem matuto, seu sobrinho, é a altercação entre uma acirrada relação entre as famílias. O ódio e a inveja são os principais motivos para atitudes desumanas, mas o amor e a amizade são essenciais nesse romance introspectivo e também alienante, deixando o leitor cada vez mais curioso a cada capítulo.
Por Guilherme Paixão Campelo