Este tempo
eclesial está sujeito a algumas restrições que abrange toda a liturgia da
Igreja. É comum as missas serem mais breves e na quarta feita de cinzas omite-se
o Hino de Louvor e a Profissão de Fé, sendo que o Hino de Louvor e a Aleluia
omitem-se por completo durante todo o período quaresmal. Não é permitido o uso
de instrumentos musicais durante as missas: como o pandeiro, a guitarra, a
bateria e os chocalhos. Portanto, é permitido o uso de apenas um instrumento musical com
a finalidade de sustentar o canto. Nos primórdios da Igreja, durante toda a
Idade Média e até a reforma Litúrgica, acontecida no século XX, era comum o
órgão se calar por completo, assim acontece até hoje em algumas igrejas.
Os
altares e as imagens são cobertas de toalhas roxas, omitindo a alegria que as
imagens dos santos representam. É terminantemente proibido ornamentar os altares e oratórios
com flores. É um tempo em que não há festas litúrgicas; cerimônias matrimoniais
são poucos comuns, havendo exceções os noivos se abstêm de pompa demasiada.
A Quaresma
inicia-se na quarta-feira de Cinzas e termina na quinta-feira santa, com a missa dos santos óleos presidida pelo bispo de todas as dioceses do mundo. Na
Sexta-feira da Paixão, é o único dia do ano litúrgico da Igreja em que não há a
celebração da Eucaristia. É somente distribuída a comunhão aos fieis, que se
preparam para a Cerimônia do descimento da Cruz e a Via Sacra, onde um esquife
leva o Senhor Morto para o Sepulcro.
Outro fator
interessante sobre a comunhão da Igreja, como em qualquer época litúrgica,
antes da reforma ou o Concílio, as mulheres eram obrigadas a usar o véu durante
as missas, sobretudo, ao receber a comunhão, que era dada na boca dos fiéis e o
coroinha tinha função de sustentar uma patena de forma a impedir que a hóstia
caísse. Quando, em raros os casos aconteciam da comunhão cair no chão, o
sacerdote suspendia toda a distribuição das hóstias que eram embebidas no
vinho, era feito o recolhimento da hóstia e a dissolvia n’água e depois se
limpava o local e colocava a patena por cima para que ninguém pisasse. Em casos
mais extremos, o coral e o órgão se calavam e o canto litúrgico era suspenso.
Por Guilherme Paixão Campelo