Como era a medicina na Roma Antiga?


"Há milhares de povos, escreve Plínio, o Velho, que vivem sem médicos, mas nao sem medicina."
Também na Roma antiga nos primeiros tempos nao havia médicos. O doente ou se curava por si mesmo, ou morria. Geralmente os tratamentos romanos empregavam ervas medicinais, cuja forma curativa os pais revelavam aos filhos como tradição, passando a herança scientia herbarum de geração a geração. Aos remédios feitos em casa ajuntava um pouco e feitiçaria. Sobre o doente era imposta algumas fórmulas misticas e muitas vezes extravagantes, que se acreditava ter a força de expulsar a enfermidade.
Muitos imperfeitos eram os conhecimentos do corpo humano. Os antigos romanos julgavam, por exemplo que o baço fosse a sede da alegria; a bílis, do ódio;o fígado, do amor; o coração, da inteligência e os pulmões, do orgulho.

Roma era uma cidade sem farmácias, mas nas lojas vendiam unguentos, ervas medicinais, drogas, conforme o desejo do freguês.
O pater familias era quem preparava os remédios para a sua esposa, filhos e escravos. 
A rainha das plantas medicinais era o laserpitium, cuja raiz dava o suco de virtudes medicatrizes admiráveis, de tal forma que a sua importação em Roma chegou a ser objeto das mais altas cogitações administrativas.
Laserpício era um fortificante do estômago, muito empregado pelos cozinheiros. Na medicina fazia verdadeiros milagres obtendo sobre os animais diversos efeitos. Fazia dormir as ovelhas, espirrar as cabras, estourar as serpentes. Nos seres humanos, o fortificante possuía efeitos benéficos, como: fechava as feridas, neutralizava os venenos de cobras e escorpiões. Curava as dores de garganta, asma, icterícia e pleurisia.


O laserpício era empregado para a cura de muitas doenças, exceto as dores de dente, pois estas resistiam a qualquer tipo de cura, mesmo a do laserpício. Os romanos para acabar com as dores de dente ou minorá-las empregava-se o sumo da abóbora com absinto e sal.
Um meio de conservar os dentes era derreter sob a língua, de manhã cedo, em jejum, um pouco de sal ou mastigar raízes  de anemone ou três vezes ao ano, os romanos costumavam lavar a boca com sangue de tartaruga. Vinagre quente e sumo de abóbora firmavam os dentes moles.
Nada mais incomodava os romanos do que a calvície, pois eles faziam qualquer sacrifício para evitar a queda dos cabelos. Geralmente faziam uso de uma receita  em que esfregavam co soda a pele da cabeça, onde os cabelos haviam caído e em seguida colocavam uma infusão de vinho, açafrão, pimenta, vinagre, laserpício e excremento de rato. Que tal a receita?

Por Rende Così
Extraído do livro: Ludus secundus.

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