Um dia tupi conduzia seu pai, um velho cego, pelas matas. Procurando caça para se alimentarem, foi aprisionado pelos timbiras. Quando se iniciava o festim em que seria morto e devorado, o índio tupi, lembrando-se do pai abandonado na mata, pediu, entre lágrimas, que o libertassem, sob a condição de retornar quando o velho não mais existisse. O chefe timbira ordenou então que o soltassem, dizendo que não queria "com carne vil enfraquecer os fortes". Seu pranto era tomado como covardia diante da morte. O jovem tupi foi solto, mas o pai obrigou-o a retornar à taba timbira para pedir, ele mesmo, a morte do filho.
O discurso do velho tupi, no canto VIII, é a parte mais bela e mais impressionante do poema. Revoltado com as palavras do pai, que o acusava de covarde, o moço atirou-se a luta com tal bravura, que o chefe timbira reconheceu sua coragem e seu direito a morrer como um forte.
Por Rende Così